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E AGORA ??

O MUNDO VISTO PELOS MEUS OLHOS

COM MEDICAMENTOS NÃO SE BRINCA

por ARMANDO CORREIA, em 09.04.14

Surge esta manhã a noticia de que a Multinacional Takeda foi condenada nos E.U.A ao pagamento de 9 mil milhões de dólares por não ter declarado que determinado medicamento pode provocar cancro da bexiga e que os seus utilizadores correm um risco acrescido de  contrairem a doença.

Estas noticias a mim causam-me alguma estranheza especialmente pela profissão que desempenho.

Todos os dias recebemos circulares do Infarmed acerca dos medicamentos existentes no mercado, desde revisões das condições de segurança, até revogações de autorizações, enfim, uma panóplia de informação que só a nós profissionais diz respeito.

Tenho a certeza que todos os profissionais tomam todas as medidas necessárias quando recebem as informações de modo a proteger os doentes.

Admira-me a leviandade com que se podem causar alarmes sociais acerca de determinado medicamento, como é possivel que se consigam publicar informações que podem levar a que os pacientes se dirigam imediatamente aos seus médicos, muitas vezes alarmados com noticias que não são totalmente correctas ( não estou a dizer que é o caso ).

A verdade é que todos os dias, nós profissionais recebemos informações sobre medicamentos que estão no mercado, posso dar o exemplo de um medicamento que está a ser utilizado há muitos anos e cuja revisão de segurança alerta para efeitos secundários até há pouco tempo desconhecidos, mas que no entanto, se continua a utilizar porque a sua eficacia e o seu beneficio é superior ao riscos associados.

Por algum motivo as pessoas não têm acesso a determinados documentos que só aos profissionais dizem respeito, exactamente para evitar alarme social que não faz sentido.

No caso da pioglitazona, o medicamento em causa, o Infarmed realizou um estudo sobre o beneficio-risco do medicamento que está disponivel para quem quiser ler no site do INFARMED.

Julgo que se deveria ter mais cuidado quando se publicam noticias deste tipo.

Neste momento não existe também nenhum substituto desta substância activa para o tratamento da Diabetes tipo 2, o que logo e só por si justifica a continuação da utilização.

No entanto tenho a certeza que o INFARMED irá concerteza emitir uma circular informativa.

Conselho de profissional, quando surgirem este tipo de noticias os doentes devem antes de mais recorrer ao INFARMED para satisfazerem as suas dúvidas.

Fala-se tanto de segredo de justiça, acho que no caso de medicamentos só deveriam ser divulgadas noticias quando a entidade competente emite pareceres finais sobre determinadas situações.

 

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